Memórias Imaginadas

Campeche, Florianópolis. Uma noite espetacular, algumas nuvens em harmonia com o céu, a lua linda porém distante com seu encanto que já não mais entretem, e as estrelas que agora fascinam e lembram dos olhos daquele garoto que a tanto não via. Mari observa o mar tocando o céu, e sente inveja por não ser tocada também, ouve as ondas quebrando na praia e em sua cabeça surge aquela voz doce e pacata que a acalma.

Parada recordando da noite que passaram juntos, das risadas, da conversa, da conexão, e dos olhos os quais a perseguiam já há muitas noites. Agora deitada imagina em como seria um beijo seu, como seriam seus lábios tocando os dela numa noite dominada por estrelas. Ela fecha os olhos.

Ainda deitada, agora com meio sorriso, como se dormisse, um beijo a desperta. Desorientada abre os olhos e vê a imagem daquele que estava a pensar. Mari pergunta – Como? O quê faz? Como achou-me? Por que está aqui? – Sem deixar que nem uma palavra escape. As indagações todas presas na garganta e ele assim como quem adivinhasse responde:

- Estou aqui por você.

Ela beija-o como nunca beijou outro e sente algo estranho, uma dor em sua barriga, mas uma dor boa. Carinhos, beijos e muito romance. Um bocejo sai da boca de Mari, ele a encosta contra seu peito, longe de sua boca, mas perto de seu coração. Ela está feliz, novamente fecha os olhos.

O vento forte traz consigo areia que voa ao rosto de Mari. Rapidamente eleva suas mãos procurando proteger-se e se senta. Quando o vento diminui, as mãos tornam a areia. O cheiro do mar a tira do transe, é neste momento que percebe que tudo não se passara de uma lembrança, uma lembrança existente apenas em seus mais secretos sonhos.

Olhando para as estrelas imagina-o mais uma vez em sua mente e uma lágrima cai por sua face. A dor de não poder vê-lo nem se compara a vontade de dizer o que sente. Sozinha ela permanece até o raiar do dia. Sozinha para todos que a viam, pois acompanhada estava pelas estrelas, aquelas que representam o seu menino.